simples mistério
Entrei no mistério a princípio de surpresa e com o susto de uma criança. Caí de brusco, rasguei o beiço, mãos em ranhos e rastros. Fiquei sem palavras. Colhi todas as nuances e vacuidades. Mergulhei em turquesas águas. Anêmonas e salamandras fui e me nasci medusa em lua de crescente parto. Penetrei o mistério e havia som de fulvas tardes simples rajadas de átomos e um lençol de malvas se abriu. Simples como um feixe, um cômodo líquido indestrutível. Fui o mistério viajável visível conglomerado de aquarela e barro. Penetrei a pedra e seu mistério de fogo argila e terra.
alessandra espínola