fragmentos -mergulho no vazio
Às vezes a lágrima rola grossa no silêncio da manhã quando as águas do rio...das chuvas...das lagoas...do mar enchem toda uma cidade arrastando casas e seus muros, telhados e seus animais. De repente tudo é cheia e devastação.
Alessandra Espinola
***
Minhas raízes são fincadas no silêncio e na solidão.
Meu terreno vadio onde a desova e desolação.
Minha cabeça de porco, meu córtex, meu cortiço enterrados vivos no abandono e no esquecimento.
Alesandra Espinola
***
Em sobrevoo de alma abissal mergulho no vazio e lá , neste lugar de nada e escuridão, trago no bico um ramo de florescente esperança.
Há de verdejar ainda que chova e também os lírios choram...ainda assim a ânsia agônica desbotada nas asas do pássaro se abrirá como que ferida de rasgo em seu voo -inábil- nos ares.
Alessandra Espínola