São tantas vozes!
Vozes que nós ouvimos que nós abafamos, com nossas vozes.
E depois pedimos para que repitam o que antes disseram.
Vozes que nós enganamos ao cantá-las e recitá-las,
que nós sempre desejamos em amá-las sem chorarmos,
mas elas não sabem.
Vozes minhas, de vós, de nós. Nós as confundimos com outras,
quando as levamos à boca.
Idiomas únicos e iguais aos poucos vão se mudando.
Vozes de nossa aparência, que nos parece dizer: amor.
Às vezes adornam nossa saliência, nos prendem em certa cor.
E nós falamos apenas como vozes.
Vozes da tolerância, flores e danças, quantas músicas e poemas, dádivas nos completam, nos ensinam a falar.
Vozes que nós sempre ouvimos; e que às vezes abafamos...