FOI APENAS UM EQUÍVOCO...

Despi-me de velhas armaduras
Que me protegiam e escondiam
Os meus mais belos e íntimos segredos
E, confiante entreguei-os todos a você
Como quem entrega um rico tesouro inatingível...

Esperançosa e vibrante acariciei sonhos
Aos quais pensei não mais ter direitos
E feliz ao seu lado caminhei de mãos dadas tecendo planos...
Mas, repentinamente isso tudo foi substituído
Por lágrimas que há muito não rolavam...

Estranhamente qual obra de magia
Desceu sobre nós densa nuvem escura
Deixando tudo melancolicamente confuso
E impiedosamente um lençol cinza de culpas nos cobriu,
Invertendo os papéis dos culpados... se é que houve um culpado?

Vi desmoronar em segundos
Castelos lindamente elaborados,
Onde, infelizmente, apenas areia existia...
E o pó tomou conta de tudo, me deixando pasma!
E as lágrimas que estavam represadas, rolaram...

Com os braços estendidos permaneci à espera
Das flores e dos versos prometidos, ontem...
Hoje o buquê jaz fora d’água, murcho,
Sobre a mesa, ou lápide onde descansa um sentimento
Que mal acabara de nascer... penso até que foi um sonho,
Mas a certeza me diz que não... foi mesmo um triste equívoco.



Sonia Maria Piologo
Sonia Maria Piologo
Enviado por Sonia Maria Piologo em 16/01/2017
Reeditado em 16/01/2017
Código do texto: T5883393
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