Não quero saber 


As minhas forças elementares 
alimentam certa paixão primitiva
sou um fio desencapado preste a entrar em curto
tenho uma vontade violentamente contida e disciplinada
possuo uma aura primitiva e um gosto pelo onírico 
e ainda conservo algo  de infantil e rimbaudiano 
sei que às vezes quero dar pareceres sobre o mundo,
mas ninguém é profeta em tudo
às vezes sou nu e cru em meus sentimentos e no que digo
mas  isto me permite manter uma linguagem máscula e audaz
tenho gosto e curiosidade por muitas coisas,
e para me expressar tento romper os tijolos maciços da linguagem,

E me utilizo das  metafóras
vou lhe dizer amigo, comigo as nuances tem uma importância crucial
sofro do estômago, 
tudo me arde nas entranhas 
mas meu sonho mesmo
com todo esse movimento brusco
é  pensar que um dia àqueles me leem
sonhem comigo
nisso reside a minha resignação e minha razão de escrever,
não sei ao certo quem me lê,
também não quero saber,
não sei qual a impressão  têm de mim,
mas alguma impressão sei que causo,
mas também não quero saber 

 
Labareda
Enviado por Labareda em 15/01/2017
Reeditado em 01/02/2017
Código do texto: T5882407
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