Viajando pelo território que beira a inutilidade.
É indescritível a tristeza que se apanha de mim quando vejo todo ”EU” sendo lançado fora. Quando decidem que sou só um velho e se referem a mim como um idoso, apenas me olham como um decrepito sem futuro. O ser, o homem, o pai o individuo que dantes fora importante deixa de existir para dar lugar a uma inutilidade.
Fora isso e outras coisinhas mais, eu vivo bem com minhas marcas, buscando estar sempre pronto para uma nova sutura, neste acumulo de memórias não permito aparta-me do mundo. Não morrerei de desistência, não me esvaziaram, não sem uma boa luta, não sem antes certificar-me de que já posso ir, ir inteiro com tudo que me possui.
Enide Santos 12.01.17