Sobre a dor
A dor não marca horário, não diz em que dia, mês ou ano irá bater na porta para uma visita.
Não avisa quanto tempo irá ficar, se está de passagem ou pretende ficar. Não educada, entra, sem ao menos bater na porta.
A casa está arrumada, o fogo da lareira está aceso, os livros estão abertos em cima da escrivaninha, bolinhos estão sendo assados no forno e risadas são possíveis de serem ouvidas.
A dor O viu com sua suposta próxima vítima, logo Ele, tão temido e respeitado.
Não se atreveu a se aproximar,
O observou apenas uma vez sorrindo e dissipou no mesmo instante.
Ele, que é o próprio amor, já havia sido convidado para fazer morada naquela casa.