Mas...
De todas as conjunções de que se nutrem os corpos palavrais, nada é tão adversativo quanto o Mas. Com-tudo é cheio de amanhãs; toda-via é uma vida inteira de ruas e avenidas; entre-tanto fica entre tantos caminhos e surpreendências e até por-em põe em aberto o porvir...mas o Mas é de uma adversidade que afoga no raso. Não é morte morrida. Não é nadidade. É aborto de semente. É impotência de seiva que não colhe outono. É deserto sem vertigem. E sal, antes do mar, a viver de nunca ter sido mergulho, no corpo da curta e seca palavra: Mas...