E foi então que falei de amor
E foi então que falei de amor.
Na verdade para falar de amor, basta ficar em silêncio
e ouvir estrelas cintilarem.
Olhar para um livro com páginas abertas e ficar assim
muito tempo, viajando em outras coisas, o livro pendente nas mãos.
Porque vale a pena ler a distância, a ausência,
e corrigi-la com um sorriso nos lábios e nos olhos.
Aquele sorriso, que vem lindo, de dentro do peito,
quando se tem esperança, de que a solidão passa.
Falar de amor é fazer-se amor, porque é difícil compreender,
como tão complicado sentir de verdade;
então fala-se tocando o rosto nem que seja numa foto na estante,
encerrada em um porta retrato.
Acariciando pele com desejo, se acabando de ternura.
Deixar despedaçar-se de felicidade, para unir-se depois ao que provocou essa explosão.
E foi então que falei de amor...
Apenas gritando em silêncio e ecoando por montes e vales,
porque vale a pena, saber pelo menos tentar amar.
Ainda que não se defina o encanto, mas sinta-o tanto,
ainda que não se definha o desencanto, mas mate-o um tanto.