Que Linguagem Ser Mãe!

Que lado de Deus é este! Mastigo, sorrio, faço festa, labuto, enfadonho, revolto, amo, apaixono, entristeço, excomungo, reflito, maqueio o que entendo quem sou, enrolo os problemas com papel de presente, levo-os até a lata de lixo e os pego de volta, viro e reviro. Mas quando aproxima ela, estampa a mulher que existe em mim desde que a pari.

À partir do "ser mãe" não fui uma célula de alma mais, realiza aqui vida híbrida. Daí a complexidade. O amor é tanto que chego suspeitar da minha segurança interior de independência. Basta um sorriso da pequenina, para desmanchar a joia que crio da segurança de minha individualidade. O “forte interior”, que foi sucesso em tantas empreitadas, perde a vigilância. Olhos e boca são somente dela.

Até na bronca, na tomada do dever de cuidado, a afetividade quer se lançar e encerrar a ocasião com beijos, mordiscadinhas e afagos. Dá trabalho resistir aos sorrisos como respostas em assuntos sérios, e do “mamãezinha eu te amo” então!

A voz. Pode estar entre mil, quando chama, pede, é como afinar aqui dentro com algo que tem linha, tino, natureza expandida, acrescida. Não sei se me faço entendida...

Caberia diagnóstico, parecer científico disto? Entrar neste tema é rasgar seda com a lógica, estabelece uma linguagem subliminar com Deus. Muito a aprender.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 07/01/2017
Código do texto: T5875070
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