Dores
O mel no fogo passou muito do ponto
Preciso chorar por tudo e muito
Impossível continuar indo ao leu
Sorriso amargo não cabe mais nos lábios
As dores, todas elas, devem ser vividas
Todo o caos está gritando pelos poros
As perdas estão cobrando seus preços
Adianta mais nada ter um surto sazonal
Um depois de chorar um oceano de lagrimas
Após encarar a assustadora rede do abismo
Pós eu nas minhas entranhas; sobreviverei
Sempre me atropelei e fui após os escombros
Não sei se eram tão profundas as feridas
Se as fendas eram tão obscuras que cegavam
É um risco absoluto adentrar minhas dores
Mas eu tenho que esmiuçar minhas perdas
Assumir o irreparável para sempre é assustador
Mais que necessário, é urgente chorar tudo
Sofrer o que é preciso padecer não é covardia
Covardia é prosseguir rindo como uma acéfala
Pior; é tentar ser diante de mim um vazio débil