Dona Santinha
"A rosa poderia ser chamada por outro nome, ainda assim teria o mesmo perfume."
Minha mãe chamava se Maria. Maria de um único amor brincava ela,
mas Maria de muitos nomes.
Maria do Livramento na minha carteira de identidade., nunca soube o por que deste sobrenome; Livramento, mas eu gostava dele.
Maria Antonia Júlio, era na caderneta de compras da venda do Sr.João de la Maggiora, que achou mais seguro, uma vez que o lembrava que ela era filha do Joaquim Júlio , homem trabalhador, de palavra e bom pagador.
Maria Antonia de Souza era seu nome no Bazar do Rozário, onde ela comprou uma camisa volta ao mundo para mim que durou uns quinze anos, e uma de gola olímpica vermelha pagando em seis vezes.
Tempos depois quando fui com ela acertar alguns documentos no cartório, Flávio Camargo- dono do cartório, achou estranho tantos sobrenomes diferentes e pois ordem nas coisas; Disse ele: A senhora, dona Santinha, tem que carregar o sobrenome do seu marido, portanto vou mudar aqui para Maria Antonia Luciano. Então Maria Antonia Luciano ela se tornou ela gostou. Gostamos.
Eu sou Reis, sem Luciano, nem Souza, nem Júlio.
Coisas de mineiro.
Mas ela era mais conhecida pelo apelido carinhoso de Santinha, às vezes Santina. Santinha, é por este nome que eu gosto de me lembrar dela.
Ah! Se o tempo voltasse, eu voltaria
E com água morna e muito amor
Eu lavaria os pés tristes da minha mãe.
Hoje nos vemos em sonho e em pensamento, mas um dia nos reencontraremos face a face e eu me curvarei ao seu olhar e depois a abraçarei demoradamente.