Tenho pressa (Versão segunda)
Tenho pressa e começo a rasgar os papéis.
O horizonte me dá formas distantes de ser feliz.
Vou rabiscando a calçada com o giz,
fazendo a canção, como sempre quis.
E pisoteio a calma e abandono a cama;
e nela ficam os sonhos.
Vou atrás da realidade e tenho pressa.
Vou contornando edifícios,
revirando idiomas e tudo é tão difícil!...
E no fim da tarde, tudo é tão rápido!...
Esmago flores nos canteiros seresteiros e isso me dá prazer.
Saio por entre o trânsito,
Vagaroso e tanto e olho a lua, de volta para casa;
a sentir a amada nua; e o amor dela a me esperar;
e tenho pressa e a amo...
E tenho sono.