ABRE, POESIA!
Abre, poesia,
a porta de minha alma,
uma vez que,
ela está sempre disposta
a deixar você sair.
Mas se acaso a sua preguiça
for um incômodo
que lhe impeça, poesia,
de revelar-se, tenha calma,
não se desespere,
porque o tempo da alma,
mesmo encarcerada no corpo,
é o tempo da eternidade.
Se a poesia reside
no eterno, é porque o poeta,
não como corpo,
mas como espírito, pertence
ao eterno. E o eterno é Deus,
Soberano do Universo!
Então o poeta
brota de Deus, que lhe doa
a gênese poética,
e lhe possibilita parir a poesia
por meio da inspiração
criadora. Não faço poesia
com o corpo físico,
faço-a com a alma manifestada
nele. Não me preocupo com
o morrer desse corpo, que me
impeça de fazer não só poesia,
mas também outras coisas,
outras atividades, sobretudo,
as que me elevem moralmente.
Porque, além de ter
as sucessivas reencarnações
para renascer em novos
corpos carnais, tenho o perispírito
ou corpo celeste, adequado
à cada etapa de vida carnal,
ou à cada etapa desencarnatória.
Nesse caso, a poesia ou qualquer
outra tarefa, pode ser feita,
tanto com o auxílio do vaso
carnal, como com a assistência
do vaso imortal. Sendo assim,
nem morre o poeta, nem morre
a poesia, porque ambos resultam
do que Deus designa
para ser eterno.
Escritor Adilson Fontoura
E-mail: aafontoura@hotmail.com.br