Venha passarinho
Venha, passarinho
Aqui, todos são bem-vindos:
Sabiá, Rolinha, Canarinho,
Bem-te-vi, Sanhaço
Caburé e o até o Pardalzinho,
Esse trapalhão...
Mas, eu queria mesmo
Era ter uma família de Pavões,
Circulando pelo quintal,
Lindos demais!
Venha
Aqui tem jabuticabeira
Ramada de maracujá
Tem mamão amarelinho,
Quem sabe, o Tucano aterrize por aqui
As Saracuras sobrevoam indiferentes
Nada aqui lhes atraem
Se tivesse um laguinho japonês...
Talvez!
Pé de pitanga vermelha
Macieira
Pés de Guavira, da grande
e da rasteira
Cajueiro, laranjeira florida e
Perfumada
Aqui é o meu paraíso,
E é o seu também.
Aqui você é livre para cantar
Para viver, voar e encantar
Tem goiabeira
Venha passarinho
Venha todos os dias, todas as horas
Venha cantar no meu pomar
Venha catar minhocas no meu jardim
Venha fazer seu ninho
Nos galhos nem sempre floridos da resedá
Aqui não tem rego d’água,
Mas, preparei-lhe uma pequena bacia
Que abasteço duas ou mais vezes por dia
Com água fresca ou fria.
Tem muita sombra
O ar é puro, que até gosto dá
Venha passarinho.
Venha
Venha enfeitar o meu jardim
Venha colorir minhas manhãs e tardes
Com seus cantos, gorjeios,
algazarras e
banhos na bacia,
Venha refrescar suas asas
De um lado e de outro,
nas horas mais quentes do dia.
No final da tarde, quando o sol vai sumindo lentamente,
parecendo se despedir dos seres, o passarinho teimoso e
vigilante parece se despedir também,
pois fica lá no alto da cumeeira, espiando a paisagem.
Acho que fica agradecendo à Natureza, pelo dia feliz que teve;
Pelas alegrias que causou nos idosos e nas crianças;
pelas minhocas que encontrou no meio das folhas secas.
Venha, passarinho.
Venha todos os dias, repetir essa rotina.
Gosto de ver seu corpinho,
lá no alto do telhado, no finalzinho do dia,
se contrastando no céu mesclado de azul e laranja.
Até que a noite chega e o silencia: ele já não canta.
Está cansado
Hoje, acabou-se a brincadeira,
que vai recomeçar no outro dia, às 5 da matina.
Venha, passarinho.
Venha repetir essa incansável e bela rotina.