DIALOGO COM DEUS

Deus. Sei que é gozado sentir uma vontade intensa de escrever. Sei que também é bom e maravilhoso. Sim agora eu vejo o que sou. Eu sou aquele que dou o tudo de mim em um simples pedaço de papel. Dando um consolo aos outros e ouvir um simples agradecimento: obrigado. Sei que sou egoísta quando estou decifrando a mim mesmo. Concordo comigo pois me sinto assim...

Deus. Não quero esnobar-me mas o que eu quero é, que os outros sintam as mesmas coisas que eu sinto, principalmente, a quem eu muito amo. Sei que não sou santo mas minha cabeça, cheia de cabelos, pensa em algo estranho e, aos outros, são considerados mais estranhos e sem sentido. Porque?

“Amigos felizes são os mansos de coração” mas isto não é ser manso em ficar para ser um santo louco, controlado ou calmo. Não é a resposta para a corrupção do mundo. Será que eu ficando assim ajudo mais do que falando?. Será que eu gritando para aqueles que não sabem ler me escutarão?

Deus. Eu tento falar-lhe as verdades e as palavras certas mas, não consigo pois, muitos acham que sou demente e que não tenho direito a isso. Sei que sentimentalismo não é a resposta para os erros que correm em nossa volta. Sei que agir como louco não é cometer um erro pois, nós erramos. Uma pessoa caiu. É sinal que já esteve de pé mas isto não quer dizer nada. Sei que posso agir por mim mesmo, e ele? Eu paro, penso e acho a vida tão linda. Assumo mesmo sempre como posso e vejo muitos que não querem o mundo como ele é. Talvez eu seje até um deles, nem sei...

Deus. Se eu não acreditasse em Você acho que não veria um olhar de amor e inocência de uma criança. Não veria o sorriso de um jovem ou de um velho idoso. Não veria uma flor nascer ou desabrochar. Um triste sorriso daqueles que sofrem mas que não deixem de serem simples. Nesta hora sei que não sou apenas um numero entre os outros e sim, uma pessoa, um ser humano entre os outros. Sou gente que nasce no ventre de uma mãe. Gente que, quando criança, teve a graça de andar, de cair e levantar. E não porque agora? Sei que tenho meu físico perfeito. Sei que estou desenvolvendo-me, crescendo mas, continuo com o espírito de criança. Amo a minha vida e em minha vida tenho um compromisso de amar e de ser amado.

Deus eu já pensei e sei o que é sorrir de verdade. O que seria de uma criança me estendesse as suas mãos e me oferecesse uma simples flor de um jardim e eu negasse aquele ameno gesto? Juro que estaríamos num deserto sem oásis e sem fontes e, que temos pensamentos de louco a procura de um manicômio.

Hoje mais do que nunca somos preciso nos comunicar com serenidade, paz, ternura e compreensão. Acreditar que eu, com o meu dom de escrever consigo dizer: ‘Basta de violências, de ódio, de armas, de mãos que ferem, matam ou destroem. Basta de olhares vazios, de rostos tristonhos e abatidos. Basta disto tudo e de viver sem um Deus e amor. Mas de que adianta ninguém me entende. Sei que tenho uma missão a cumprir. O Senhor mesmo disse: “Amais uns aos outros assim como eu vos amei” e, sei que por causa disto e de outros o mundo estão desconhecendo estas palavras.

Deus. Acho que só posso lhe dizer que nesta certa jornada eu já vi alguém cair e não se levantar e, eu levantei com um sorriso nos lábios. Vi uma criança estendendo as suas alvas mãos e eu lhe oferecendo as minhas pois, a bondade mostra a nossa outra face. E a mãe solteira que esposa o tédio de viver desprezada soube o gesto monetâneo de um sorriso novo. O peregrino de várias jornadas esqueceu-se do cansaço. E o céu que era negro tornou-se claro e mais azul mas, só para os olhares de poucos porque os outros ainda não acordaram deste meu sonho. E eu sonhei...

(feito em 1978)