Manhã: um quê de ternura
Manhã tem sempre um quê de ternura, porque recomeça tudo.
Cheiro de lugares que passamos todos os dias.
A rotina nos faz prisioneiros, mas de manhã é sempre novo;
Talvez hoje sejamos mais realizados, mesmo que o que se tenha que cumprir siga as mesmas regras.
Talvez a tarde algo novo aconteça e diferente de cada dia, pelo menos um sorriso a mais, deixamos abrir nos lábios e nos olhos.
Manhã tem sempre um quê de ternura, porque nos deixa emoldurar no jardim, assim como nas janelas dos automóveis.
Nos deixa espelhar no orvalho que pende sobre pétalas.
Logo se secam, levando com eles nossa imagem de manhã.
Outro dia e novos orvalhos, novas formas pela qual espelhamos,
porque a cada dia nos renovamos e o tempo vai nos deixando marcas.
Um quê de ternura na manhã, que renova o tempo;
transparente fica o ser, imediato ficam-se os velhos.