Cidades de nós
Eu caminho noite adentro, criando cidades...
Cidades de Maria, de pedra, de Deus e ventanias;
lunáticas, como muitos queriam.
Cidades de nós e ondulações de vozes em pó,
onde papéis se misturam e fiéis se curvam na beira da ladainha.
Onde mulheres e homens, masturbam compactos no frio.
E eu atravesso as luzes,
percorro molduras nuas, palavras suas,
que de vez em quando voltam e nos espelhos me dizem...
Cidades de nós, que se fazem serenas, corações e Madalena,
que perdi na cidade, na convulsão das dores, em
meio ao trânsito dos loucos.
Ao meu lado seguiam crianças, filhas do tempo,
vestidas de sol e chuva.
E lá longe, no meio do nada, vinham viúvas,
traziam pranto e colo.
Cidades de nós mesmos,
de Cristina e Rosiane, Josy e lua, e anos e milênios...
... de amadurecer, infindável sorrir e chorar.
E finalmente o sono e o sonho...
... Cidades de nós mesmos.