Cidades de nós

Eu caminho noite adentro, criando cidades...

Cidades de Maria, de pedra, de Deus e ventanias;

lunáticas, como muitos queriam.

Cidades de nós e ondulações de vozes em pó,

onde papéis se misturam e fiéis se curvam na beira da ladainha.

Onde mulheres e homens, masturbam compactos no frio.

E eu atravesso as luzes,

percorro molduras nuas, palavras suas,

que de vez em quando voltam e nos espelhos me dizem...

Cidades de nós, que se fazem serenas, corações e Madalena,

que perdi na cidade, na convulsão das dores, em

meio ao trânsito dos loucos.

Ao meu lado seguiam crianças, filhas do tempo,

vestidas de sol e chuva.

E lá longe, no meio do nada, vinham viúvas,

traziam pranto e colo.

Cidades de nós mesmos,

de Cristina e Rosiane, Josy e lua, e anos e milênios...

... de amadurecer, infindável sorrir e chorar.

E finalmente o sono e o sonho...

... Cidades de nós mesmos.

Takinho
Enviado por Takinho em 20/12/2016
Reeditado em 24/08/2020
Código do texto: T5858683
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