Dois poetas

Chegou em minha vida,

afoito e cansado.

pegando o último bonde.

Sentou-se ao meu lado,

contou de sua vida,

tecendo detalhes.

Uma, duas, três

quatro mulheres!

Homem maduro,

eu não entendo nada,

do certo ou errado.

Nem de utopia

ou de possibilidades

poderemos falar.

Que fique nas entrelinhas,

a vontade louca de beijar,

abraçar e continuar.

Meus olhos cansados,

só querem descanso,

tal qual livro lido,

na beirada da cama.

Eles até que alçam voo

porém,

não brilham ao luar.

Quem sabe,

de tanto o esperar?

Além do mais,

dois poetas não podem:

Nunca, nunca, nunca.

Juntos sonhar.

Railda
Enviado por Railda em 19/12/2016
Reeditado em 21/12/2016
Código do texto: T5857441
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