Dois poetas
Chegou em minha vida,
afoito e cansado.
pegando o último bonde.
Sentou-se ao meu lado,
contou de sua vida,
tecendo detalhes.
Uma, duas, três
quatro mulheres!
Homem maduro,
eu não entendo nada,
do certo ou errado.
Nem de utopia
ou de possibilidades
poderemos falar.
Que fique nas entrelinhas,
a vontade louca de beijar,
abraçar e continuar.
Meus olhos cansados,
só querem descanso,
tal qual livro lido,
na beirada da cama.
Eles até que alçam voo
porém,
não brilham ao luar.
Quem sabe,
de tanto o esperar?
Além do mais,
dois poetas não podem:
Nunca, nunca, nunca.
Juntos sonhar.