Ficaram Azul e Rosa

Naqueles abraços intimistas desabrocharam, ressurgiram numa nova roupagem com mistura do azul e do rosa. Não saberão daí o que deixaram e o que com eles continuarão daquilo que eram. Sabidos estão que neste render-se nutrirão sua almas do que almejavam, foram achados.

E o que buscavam? E o que? Não saberiam expressar se fosse solicitado retrato, vivem pacificados pelo encandescer adocicado no paladar de ter um ao outro, apaziguadas filosofias e crendices para suas infelicidades, sarados os desassossegos.

Se emoções inflamadas persistirem, são aquelas filhotes da paixão, que terminarão pelos poros, consolidarão por debaixo das expressões quando os dois se tocarem, se doarem, se escabelarem no ápice do transe epiléptico na magia de corpos.

Seguirão desde o encontro das águas contemplando o azul do céu, visto e sentido na penumbra rosa do dia, e o respirar dirigido para dentro e fora com a mistura dos dois em cada um, feminino e masculino.

Mesmo que a chama da vontade da entrega de corpos vier apagar, desistindo do leito para entrega de um ao outro, não saberão ser na identidade à parte, acabarão juntos para manter a completude.

Os corações doem, não igual ao sentido quando viviam da vida aflita e racionada frente aos parcos recursos afetivos para a sobrevivência, mas como flambagem do sorvete dentro.

Eram necessitados da experiência não vivida da integração definitiva da alma aqui. Depois de diluídos um ao outro em cada um, estando possuídos até ao sobejar da alegria, sentimento sublime de quem ama, sobrecarregaram a máquina pulsante da energia sutil maior, o amor.

Não cabe mais a busca, o melhor, ideal para o bem estar e significação aqui. Não existe mais as partes, mulher e homem, são dois com os dois em cada, síntese da realização que se consumou com o encontro de águas, peregrinos, que foram abençoados, morrerão um dia tendo conhecido o que é amar.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 16/12/2016
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