Tudo sobre um poema que não merece um título a não ser minha mais profunda vontade de esquecer.

Obrigado por ter-me feito acreditar, que o amor ainda era possível,

quando eu já havia

decretado minha falência sentimental.

Obrigado também por ter-me feito acordar,

antes que meus vícios me consumissem

e me jogasse para debaixo de sete palmos da terra.

Obrigado por ter-me feito oscilar perante a esse mar em que fui jogado,

e ter navegado por ondas,

sem encontrar a terra firme;

Obrigado, por ter participado de inúmeras noites,

de ter trocado dezenas de sorrisos,

de ter me compreendido, quando eu estive errado

e de ter feito com que minhas escolhas

parecessem ter sido as certas.

Obrigado também,

por ter me mostrado

o outro lado de tudo isso.

Por ter ficado em silêncio muitas noites,

da qual implorei

para que não partisse ao telefone.

Por ter feito com que meu uísque descesse rasgando a garganta,

me deixando entregue a minha insônia

e as noites mal-dormidas.

Por ter-me feito ver,

coisas que não queria ver,

como seus belos olhos

se virando contra os meus,

em direção a outro,

em uma tarde nublada

e especial.

E você sabe que eu não vou morrer agora,

que eu nem vou desistir de seguir

mas graças a você

eu tenho mais resistência

para o que vier

para o que sobrar desse resto

para as próximas noites

que estão reservadas em outros mundos,

do qual

eu estou partindo,

pois esse, já deixou de ser nosso habitat.