ODE AO POETA...
(Tributo a Ferreira Gullar)
Hoje, logo cedo, pela manhã, ao ligar o computador, deparei-me com uma triste notícia no jornal pontocom.
O último poeta havia partido durante a madrugada...
E agora!?
(...) O que será de nós sem sua prosa poética na Ilustrada de todos os domingos !?
O que será de nós sem o seu lirismo, sem o seu senso crítico, sem o seu modo tão peculiar de olhar para a vida...
O que será de nós sem as suas metáforas, hipérboles, silogismos e neologismos!?
O que será desse nosso mundo, vasto mundo sem a sua obra,
O que será de todos esses Raimundos soltos no espaço...
O que será de nós sem Toda essa Poesia!?
O que será!? O que será!?
A sua obra, meu bom poeta, é muito mais bonita
que um gramado vazio à espera da grande final,
que um compêndio de pinturas impressionistas,
que um Boeing 737 em pleno voo,
que o irretocável caminhar de Gisele,
que uma bola amassada de papel prateado,
que as flores da Praça da República,
e das outras floriculturas,
que um cair da tarde em Caraguá,
e muito, mas muito mais bonita que todas as revoluções socialistas...
O poeta partira durante a madrugada, enquanto dormia...
Nem ao menos um verso de despedida deixou.
Do silêncio eterno fez-se a métrica da sua derradeira poesia...
Obrigado querido poeta!
Obrigado por Toda (essa) Poesia!!!
Texto de Isidro Fraga.
Dezembro de 2016.