Decifra-me
      Prosa



Não sabia o que acontecia cada vez que o ouvia, ficava dentro dela algo que ela não compreendia, se havia além do encanto e admiração... Compaixão? Por saber que ele não poderia mais enxergar o mundo físico, mas sabia que cada vez que mirava os seus olhos fechados, soltando a sua voz tão linda!
- Andrea Bocelli -
Mostrava-lhe um mundo diferente, inatingível mas gostoso de imaginar poder por ele percorrer!
Ficava tocada com cada música dele, que adentrava a sua alma, como à interrogar-lhe; quem você é e de onde você vem?
E ela era obrigada à responder no seu próprio silêncio e solidão.
E a sua alma respondia...
_Venho de tão distante, trago bastante experiência de luz e de escuridão, de onde eu venho o que predomina a alma não é o amor, as pessoas valorizam a hipocrisia, acumulam bens materiais, colocam os seus sonhos de lado, porque a corrida é muito louca, quem não pisar no amor, quem não rir da dor do outro, não merece nenhum valor.
De onde eu venho, quem ama é chamado de tolo, de louco, por isso desisti do amor, da vida nada aprendi, e o que juntei foi muito pouco.
Nem me pergunte quem eu sou, o que sei é que nada do que vivi me valeu, quando sinto que os meus sonhos foram largados na metade do caminho.
Decifra-me, eis aqui o que de mim restou, irremediavelmente sozinha sem o meu amor, sem querer dele desacreditar.

 
                                   _ Liduina do Nascimento.

 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 12/12/2016
Reeditado em 11/09/2020
Código do texto: T5851265
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.