Cercas e cercanias
roupas balouçavam coloridas no varal.
o vento assoprando sem dor
fazia a inocência sacudir e sorrir
ora,
ela gargalhava
balançando braços e pernas
como todas as roupas leves,
destituídas de impurezas,
espalham odores de florais
no ar...
até surgir um tempo
tempestuoso de pós
amarelando e derrubando
a brincadeira
de fazer festa por simples
fazer
ergueu-se um muro,
para proteger o varal
das maledicências
de quem mata risos
... mas todas as
gargalhadas
cores e perfumes
ficaram aprisionados
e o tempo,
livre e impuro,
castigando lá fora.