À Beira do Lago
Sentei para escrever a beira do riacho
Minhas lágrimas se tornaram sua.
Assumi taciturnamente a emoção,
Sentimental ao extremo semi nua.
As águas se moviam sem alarde,
Se contorciam ao sabor do vento.
Percebi que elas escreviam
Linda caligrafia entre as correntes.
Profundamente emotiva arrepiei.
Entre os dentes não contive, falei,
Tens sentimentos sabeis descrever
As águas que passam por você.
O rio sinalizou e disse tem mais:
Em certas partes somos iguais.
Querendo ou não somos parentes.
Faço parte do barro que te formaste.
Escrevo e choro todos os dias.
Mesmo sabendo que sejam frios,
E ignorantes, reles pobres mortais.
Então calou-se....
E parados ficamos horas a fio.