Nunca se sabe...

Oh! Lua divina!

Olhava com piedade o aluado que adormeceu no teu regaço.

Que noite inesquecível, pois estava vestida de sol no seu esplendor.

No romper da aurora, o aluado beijou sua amada e balbuciou palavras de amor.

Horas passaram, a fala ficou confusa e morria na garganta.

A vida mudou... Assustado como bicho do mato passou a garatujar.

Outrora articulista, hoje pesca aqui e acolá sílabas numa mistura desconexa.

Nenhuma frase aflora por inteira...

Pobre homem navega por vários caminhos num rio desconhecido, sem perspectiva de chegar à foz.

Seu pensamento desatinado vagueia num universo perdido e lágrimas cobrem a isquemia, que amedronta e deixa sequela sem rendição.

O poente era seu relógio que marcava dezoito horas, hora do ritual de sua oração.

Com fé inabalável contempla Jesus Crucificado na suprema dor da cruz, lembrando os momentos de desespero que ficaram sepultados no passado.

Amigos, fato real que aconteceu com meu marido. Ele nunca mais conseguiu criar textos, mas está bem graças a Deus.

Reedição de 02/11/2012

magda crovador
Enviado por magda crovador em 10/12/2016
Reeditado em 10/12/2016
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