Ah! Espelho Meu
 
Tinhoso como ninguém
Faz questão de mostrar
As marcas que o tempo deixou
Nem dá vontade de olhar
Parece uma erva daninha
Em cada canto da casa tem um
Toda mulher, seja que idade for
Moça ou madura, todas procuram um
Na bolsa, no quarto, banheiro e na sala
Sempre tem um ao nosso alcance
Antes da festa, é o primeiro a dar nota
Na volta, mais um olhar de relance
Ao acordar ele quase se assusta
Mas nem um pouco se intimida
O infeliz quase rir as nossas custas
De olhar nossa cara cansada e sofrida
Parece até que sabe contar
Pois é com precisão que ele diz
Em cada ruga que vê realçar
Que o tempo, ligeiro passou
Bem na frente do nosso nariz.


 
 
 
Élia Couto Macêdo
Enviado por Élia Couto Macêdo em 09/12/2016
Reeditado em 09/12/2016
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