Relógio antigo
Noite serena silenciosa no divã eu estava,
Pensativa sonhando... Tudo, tudo mavioso!
De repente, um som despertou-me
O ponteiro de um relógio antigo,
Tão antigo, mas querido por nós dois
Nesse instante levou-me a lembranças
De momentos tão bons!
Aonde ficávamos juntinhos curtindo
Aquele som enamorados,
Numa sala com móveis rústicos;
Da janela vinha um olor suave frescor da noite,
Das flores do jardim regado por nós.
A luz da lua alumiava o ambiente...
Decerto que não resistíamos logo
Estávamos nos amando como
Da primeira vez, ali é nosso cantinho
Preferido, tão querido porque foi
Ali - que me tocavas com intimidade
Sem medo de ser feliz.
Sempre que podemos voltamos lá,
Na casa que não é de sapé, nem do campo,
Da cidade porém conservada com cara de sítio
Mantida para revivermos cada momento ímpar
Vividos por nós, saímos de lá como meninos felicíssimos!
Quando então brincamos na relva, sorrimos,
Falamos de poesias..., quanta alegria renovados rejuvenescidos.
Mas desta vez eu estava só e me pus a pensar
No meu vaguear ao apreciar o ponteiro do relógio.
Logo pensei: a vida é mesmo assim.
Como um ponteiro de um relógio...
De repente a bateria (pilha) acaba.
Dependendo da sorte pode até ser recarregada,
Mas nem todos têm a mesma sorte!
Qual será o meu norte nesse giro de vinte e quatro horas?
Quanto me resta? Horas, segundos, minutos...
Dessa forma, não devemos viver outrora,
Mas tão somente agora!
Mary Jun.
02/12/2016