Colou

Colou

Toda vez que estavam para a "coisa" , foi assim. A nudez confessava o aspecto amansado dos corpos lânguidos estendidos na cama.Tinham alimentado a alma até a exaustão um do outro, que depois daquela última vez, não se repetiria mais.

Nessa história, macho e fêmea foram explorados em todas saídas da ação, levaram para os braços, pernas e bocas, a arte da elasticidade do movimentar. Expressões genuinas de si, por conta dos espíritos de cada um, que foram trazidos a efeito.

Depois, na homenagem póstuma, após enterrarem o caso e a possibilidade de nova experiência, confessaram para si sem pudor que a saciedade finalmente foi atendida à altura, trouxeram à tona suas realidades, necessidades primitivas, satisfazendo aquilo que viviam em expectativa no recôndito.

Aquele "macho alfa", equilibrado na dianteira da situação, se viu revelado nela numa atrevida naturalidade, o que na surdina a fêmea "donzela" guardava a sete chaves.

Pensaram que passariam nesta vida passando a comida pelo furinho da alma, como sempre fizeram, que não abririam mão do pudor e da arrogância nessas horas. Mas na ocasião, experiência vivida somente entre os dois, foram além , rasgaram os personagens, indo para a luta.

A"donzela" ofereceu a comida que lhe competia, sem talheres e pratos. E o "cavalheiro", correspondendo na solidariedade, ofereceu a si despudoradamente.

A situação escancarou definitivamente o que os dois eram, acabando ao final no zero a zero.

Se pudessem nominar, diriam que ela saiu da costela dele, nem mais nem menos.No ponto, prontos um para o outro.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 03/12/2016
Código do texto: T5842488
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