Colou
Colou
Toda vez que estavam para a "coisa" , foi assim. A nudez confessava o aspecto amansado dos corpos lânguidos estendidos na cama.Tinham alimentado a alma até a exaustão um do outro, que depois daquela última vez, não se repetiria mais.
Nessa história, macho e fêmea foram explorados em todas saídas da ação, levaram para os braços, pernas e bocas, a arte da elasticidade do movimentar. Expressões genuinas de si, por conta dos espíritos de cada um, que foram trazidos a efeito.
Depois, na homenagem póstuma, após enterrarem o caso e a possibilidade de nova experiência, confessaram para si sem pudor que a saciedade finalmente foi atendida à altura, trouxeram à tona suas realidades, necessidades primitivas, satisfazendo aquilo que viviam em expectativa no recôndito.
Aquele "macho alfa", equilibrado na dianteira da situação, se viu revelado nela numa atrevida naturalidade, o que na surdina a fêmea "donzela" guardava a sete chaves.
Pensaram que passariam nesta vida passando a comida pelo furinho da alma, como sempre fizeram, que não abririam mão do pudor e da arrogância nessas horas. Mas na ocasião, experiência vivida somente entre os dois, foram além , rasgaram os personagens, indo para a luta.
A"donzela" ofereceu a comida que lhe competia, sem talheres e pratos. E o "cavalheiro", correspondendo na solidariedade, ofereceu a si despudoradamente.
A situação escancarou definitivamente o que os dois eram, acabando ao final no zero a zero.
Se pudessem nominar, diriam que ela saiu da costela dele, nem mais nem menos.No ponto, prontos um para o outro.