salvação miúda
Em minha peleja pela vida
a fome era chaga
a dignidade perdida
o rosto vencido,
a cara de manufatura se ia
surgia outra de abana-mosca
abambalhado
apartado da inoscência
descido, depauperado, fraco
arrebatado de mim mesmo
proscrito
sem ombro algum
em andrajo
desgraçadamente consagrado
na mais plena insignificância
Sem amparo,
solidão dos sozinhos
a perambular em desvario
a procura de uma fresta que me conduzisse a esperança
O sol na pele,
me consumia,
andar debilitado, agastado mãos vacilantes
impelido a conviver com a infâmia
Aprendi a calar-me e a não resitir
a aceitar os golpes do destino
como um triste salmo
à noite o vento empoeirado e as estrelas me humilhavam em sua fixidez
cochilava já com o dia com receio de que alguem atentasse contra a minha vida que não valia muito
Algumas vezes me amparei na agua ardente e na fumaça das pedras de tropeço
expirementei o êxtase e a queda
desci ao mundo dos malandros, ladrões, bandidos, rufiões, proxenetas, cafetins
me afastei com muito custo desta perdição
ainda assim repartia a última migalha de pão
aprendi a conviver com a falsidade cotidiana
e com a suja salvação do dia a dia.
Em minha peleja pela vida
a fome era chaga
a dignidade perdida
o rosto vencido,
a cara de manufatura se ia
surgia outra de abana-mosca
abambalhado
apartado da inoscência
descido, depauperado, fraco
arrebatado de mim mesmo
proscrito
sem ombro algum
em andrajo
desgraçadamente consagrado
na mais plena insignificância
Sem amparo,
solidão dos sozinhos
a perambular em desvario
a procura de uma fresta que me conduzisse a esperança
O sol na pele,
me consumia,
andar debilitado, agastado mãos vacilantes
impelido a conviver com a infâmia
Aprendi a calar-me e a não resitir
a aceitar os golpes do destino
como um triste salmo
à noite o vento empoeirado e as estrelas me humilhavam em sua fixidez
cochilava já com o dia com receio de que alguem atentasse contra a minha vida que não valia muito
Algumas vezes me amparei na agua ardente e na fumaça das pedras de tropeço
expirementei o êxtase e a queda
desci ao mundo dos malandros, ladrões, bandidos, rufiões, proxenetas, cafetins
me afastei com muito custo desta perdição
ainda assim repartia a última migalha de pão
aprendi a conviver com a falsidade cotidiana
e com a suja salvação do dia a dia.