CLAMORES DOS SANTOS E JUSTOS

Que os laços que foram rompidos e as edificações que foram abaladas sejam restauradas de maneira primorosa pela luz da concórdia e da benevolência! E, portanto, que sempre esteja presente a rocha da eternidade como fundamento da vida dos que vivem em sinceridade e retidão! E onde houver penúria e infertilidade, possa germinar virtudes valiosas para o melhor florescimento do sentido da vida.

Que as amizades desfeitas sejam restabelecidas e reconstruídas debaixo de uma chuva redentora de perdão e compaixão! E que, ao término das furiosas ventanias e das calamitosas tempestades, a redenção possa um dia surgir como um arco-íris no horizonte dos sonhos e dos desejos! Que os rancores de longo tempo sejam aniquilados até o ponto em que a serenidade brilhe como uma estrela radiante no íntimo daqueles que almejam incessantemente se libertar!

Que as familias enlutadas pelas perdas e pelos inesperados rompimentos, um dia possam se unir em prol de um bem comum, de um bem capaz de transcender as diferenças e os ressentimentos mais enraizados da alma!

Sem lágrimas e sensibilidade, quão vazios são os clamores de quem busca salvação em meio a tanta discórdia, iniquidade, engano e ilusão! Quanto é pobre a vida de quem não sabe perdoar e, finalmente, superar as amarguras mais insalubres!

Não pode haver equíbrio para quem busca uma conciliação e uma síntese entre o bem e o mau, entre a luz e as trevas, e tampouco pode haver conforto para quem busca se consolar entre mortos. De fato, não pode haver bom sabor para quem mistura tendências tão opostas e inconciliáveis.

Infelizmente, o crescimento da iniquidade fez germinar a morte e, fatalmente, o surgimento das cisões e das contradições no ser dos homens.Em contrapartida, a luz diáfana da graça nos torna profundamente trinfantes e esperançosos. Superando os aguilões da morte, sentimos a alvorada de uma glória nunca antes sentida.

Mas também não pode haver sabedoria no ser daqueles que buscam salvação no mundo líquido moderno, haja vista a inevitável transitoriedade de todas as coisas finitas e temporais.

Onde houver dor, resplandeça consolo sobre os labirintos da alma! Onde houver fraqueza e desânimo, haja forças para vencer os muros altivos das adversidades! Onde houver desesperança, brote águas límpidas de renovo no ser de quem jaz oprimido!

Onde existir feridas mal curadas, reverbere a luz da verdade no coração íntegro dos sinceros de espírito! E se porventura houver quedas abruptas e frequentes, haja entre aqueles que se encontram cansados e abatidos, asas para voar como águias através de um fervor profundamente precioso, tendo sempre em vista a luz da eternidade em nossos corações! Por fim, que haja centelhas de devoção, de amor e de reverência a Deus no coração exultante dos homens santos e justos!

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 01/12/2016
Reeditado em 21/05/2018
Código do texto: T5840712
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