A Fala que calou

Antes que a resposta viesse tinha se valido dos subterfúgios que maqueavam a realidade para não chegar onde a lógica sinalizada. Não teve jeito! Fez tanto que acabou por desaguar na sentença, que foi exarada, sem margem para obscuridade, ambiguidade ou omissão.

O "decisorium" foi tão claro e objetivo que os olhos e ouvidos não necessitaram que fosse relido. Tem instantes que a verdade é tão intensa na sua honestidade em ser que silencia até a emoção , obstruindo o caminho para o choro, a raiva, a derrota...a revolta.

Com a decisão condenando o caso, dando-o como perdido, de tão bem tecida pelos fatos, desmorona a vontade em buscar mais tentativas, recorrer para outras instâncias que a própria lógica continuaria propor articular, mesmo que sem chances de êxito. Ela mesma argumenta: "seria espremer buscando o caldo do bagaço, desnecessariamente, e ainda expor o caso a mais dificuldades, inclusive ao cabo da irreversibilidade do que restou.

Seguir contando com o céu e terra com aquilo que ficou, diz a sabedoria. Sem olhar para trás.

Viver é um milagre sem seguro de continuidade.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 01/12/2016
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