O Equânime
Daria tempo resgatar o que era? Nem pensaria nisso! Depois que acostumou viver sem a dependência do afeto que tanto careceu; do calor, da maciez da mão no corpo.
Segue mumificada, o embalsamado que usou deixou a couraça rígida para sensações. Vê, lê histórias de amantes...ficam elas onde são narradas. Os poros da alma não absorvem mais ao menos o suficiente para o afã da inveja, do não ter e querer.
Segue na frigidez do instante, insensível a qualquer investida das impressões no juízo, que não desiste de chamar a alma para o prazer.
Nem feliz, nem triste. Era o que tinha que ser para seguir com mínimo de lucidez no caminho.