Fragmentos
Prosa
Sem se importar em apressar o tempo,
ele se sentava todas as noites
à sua janela, fugindo da tela do passado.
Da sua cadeira, o que via era a rua simples
de casas e pessoas antigas e simples
sem absolutamente nada à ostentar
nem mesmo os seus velhos sonhos.
O velho homem
sentia uma imensa vontade de viver
Mas, o que lhe restava?
Observava silencioso um vasto céu,
e os fragmentos sobre os velhos telhados.
Podia sofrer pelo fim triste do seu jardim,
Sem externar os seus íntimos danos,
Podia sentir a poesia morta por dentro,
Observava silencioso um vasto céu,
e os fragmentos sobre os velhos telhados.
Podia sofrer pelo fim triste do seu jardim,
Sem externar os seus íntimos danos,
Podia sentir a poesia morta por dentro,
Via também o campo e o lago
cheio de folhas apodrecidas.
A sua memória falhava,
agora chorava mais um poema perdido,
Mas não podia falar dos outros,
e nem de si.
cheio de folhas apodrecidas.
A sua memória falhava,
agora chorava mais um poema perdido,
Mas não podia falar dos outros,
e nem de si.
Dizer o que dos seus próprios fragmentos?
Cada um carrega a sua dor,
Ou a sua ilusão silenciosa
ou desilusão total de amor.
Cada um carrega a sua dor,
Ou a sua ilusão silenciosa
ou desilusão total de amor.
De todo não era tão infeliz.
Ao lado, na casa vizinha
alguém sofria mais do que ele,
ali mesmo onde a bem pouco tempo
morava a felicidade... Isso lhe machucava.
Agora havia lágrimas de desencanto.
O tempo é traiçoeiro, abafa, e exprime,
Um dia
ele explode e tudo em nós, junto se transforma.
Ao lado, na casa vizinha
alguém sofria mais do que ele,
ali mesmo onde a bem pouco tempo
morava a felicidade... Isso lhe machucava.
Agora havia lágrimas de desencanto.
O tempo é traiçoeiro, abafa, e exprime,
Um dia
ele explode e tudo em nós, junto se transforma.