Patifaria

Patifaria

Não lamentaria mais. Quando olhou para o enfileirado das palmeiras que há anos enfeitavam a entrada da propriedade, suas lágrimas deixaram de serem produzidas pelas emoções conhecidas, secariam pela finalização da compreensão do fato crucial de que até aquele dia não tinha parido a felicidade em si.

Saiu na porta da casa que foi sua, reluzia o para-choque do carro com o reflexo do sol escaldante do meio dia.

Como foi brutal a interrupção do drama interno. Daquela coisa consumível; vislumbrou na mente a possibilidade plausível de significado de que poderia estar errado na estada aqui.

A vida foi conduzida correnteza acima, mesmo que ela dizia ser rio abaixo o caminho.

Contendas e esforços ....quantos! sem ao menos sintonizar com a milésima parte de si naquilo que entendia estar em felicidade.

Não satisfez até o talo desta vida, de protagonista, de escravo a senhor, até bandido. Nada de gosto....tosco.

Ajeitou o cinto, deu partida e foi...agora para o que desse e viesse. Sem o remo do barco.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 28/11/2016
Código do texto: T5837388
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