Não somos amigos

Odeio que naturalizes as coisas

envernizando as palavras,

travestindo-as de cordialidade.

Quisestes, sofregamente, estreitar-me em teus braços,

saborear meus beijos, invadir-me as carnes.

Eu sei.

Teu corpo te denuncia para o meu.

Conversam, sem a nossa aquiescência.

Entendem-se porque, selvagens,

estão nus, em sua essência.

Essa nudez não é ausência de panos,

mas de pudores, pura tesão que liberta

de todas as construções sociais.

É preciso coragem para se olhar

e ser o que se é...

Não sei se consegues.

O que sei é que...

não somos amigos.

Lyzzi
Enviado por Lyzzi em 27/11/2016
Código do texto: T5836202
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