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SOBRE NUVENS...

Repouso meus pensamentos
Deixo-os fluir pelos caminhos do vento
Ouço a natureza reclamar cuidados
Ouço os pássaros a buscarem alento

No ar sob as nuvens borboletas adejantes
Trocam energias, vegetação pede bis
E o bailar das bailarinas sob as flores
Garantindo sua espécie, colibris

Fazem festa nos ninhos à chegada
De seus filhotes tão pequenos indefesos
Protegê-los, cuidados que só homem de bem tem
O cuidado de não deixá-los presos...

Às gaiolas que engessam seu futuro
Moldando ali noções de reclusão inadmissível
Pobre e indefeso, pássaros voam no sentido à morte
Tosco homem, viverás até quando sendo corruptível?

Não vês que tanto mal faz, a natureza pede arrego
Queimadas, desmatamentos, pensamentos vazios
Transformados em bagatelas, desabrigando o sossego
Despertando feras e maldições, atalhos sombrios

Para-se de viver. A terra está em luto!
Pois que chegou o futuro prometido
Matas, animais, rios e lagos em extinção
Água não tem mais não, culpa do Anjo caído?

Não. Culpa nossa de cada dia, que não soube rezar
Rezou-se pra se ter dinheiro, fama e mensalão
Esvaziaram o bolso do pobre deixando-o de cantar
Pois, é assim que o povo levava a vida, sua paixão

Cantar e cantar, para espantar os males alheios
Povo sofrido que do pão morreu a míngua
Pois a farinha havia nela, receios
De quem morreria primeiro pelo mal da língua?

Língua felina que só viveu de ódio e confusão
Bagunçou tudo, ceifando vidas sem compaixão
Chão de tristezas, arrogâncias mútuas, ficção...
Faltaram as querências do aceite ao perdão...

(Simone Medeiros)
10/04/2016
Simone Medeiros
Enviado por Simone Medeiros em 26/11/2016
Código do texto: T5835313
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