TOQUE DE RECOLHER
Recolho meus versos sentindo na alma
Calmaria que me trouxe os pássaros poemas
Libertados os dragões, noites e dilemas
Somente escrever é o que me acalma
Deixo-vos a sós ao encontro dos poetas
Aos amigos do além, túmulo gentil, ao erguer o véu
Mostraram-me a natureza com todas as suas metas
Sei que amparam-me à vida e o coração do céu
Restituindo-me por dentro unindo os cacos
Selando um a um, remendando-me o ego
Toques de recolher servem-me de casacos
Aquecem-me do frio sombrio do orgulho cego
Ao toque de recolher, de leve me beijou
Ao leito descansarei o meu corpo de carne
Espírito anseia dizendo aos céus, logo me vou!
Dos céus, mãos acenam velando-me o encarne...
(Simone Medeiros)
01/05/2016