A ARTE DE PROVOCAR
Quis um dia num poema dissertar
Sobre a ponta dos dedos nervosos
Ansiosos pelo poder de um alfinetar
Driblando os comentários venosos
Sábio é aquele que das palavras, lê
O que há nas entrelinhas a intenção
São na maioria, uma contradição
Ao que há de mais esperta em você
Tens nos dedos, digitais dos ideais da intriga
Aguçado dedilhar que atiça-te à tua alma
Talvez, mal amada por não ter tido na vida
Um amor com quem trouxesse-te à calma
Por isso, quis nesse poema eu narrar
Quão é lindo o amor dos corações humanos
Apreciam sem moderação mas, sem danos
Aos provocativos verbos do querer blefar
(Simone Medeiros)