Evolução

Ainda existem macacos e não há homens pulando de galho em galho nas matas.

Criaram-se vestes, mas despiram-se os cérebros;

Definharam-se as guerras, mas tumultuaram-se os kamikazes e desfizeram ventres de mulheres grávidas e de homens pálidos de fome e que se escondem de homens a toda hora.

É como que um destino, ser-se desumanizado cotidianamente.

Sorveram-se beijos e abraços de paz,

mas ergueram-se sobrancelhas em frente à luminosidade da tecnologia, esconjurando as frases e preces;

e queimaram- se as roupas molhadas de suor na carne...

O credo, a nudez, todas as peles, consumiram-se na culpa que não tinham;

e no pedido de desculpas, veio a mídia, denotando as causas, ganhando audiência nas consequências;

e a noite ainda arde, ainda a manhã e a tarde.

O impulsivo das horas, caminha nas cidades cheias de dádivas, cobertas de receios, fatigada de ilusões;

perenes no corpo invadido pelos crimes e desigualdades sociais.

O amor ao próximo caminha armado na contradição.

Constroem-se poderes e curas, mas matam-se para a ganância incurável.

Takinho
Enviado por Takinho em 21/11/2016
Reeditado em 21/08/2020
Código do texto: T5830086
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