Evolução
Ainda existem macacos e não há homens pulando de galho em galho nas matas.
Criaram-se vestes, mas despiram-se os cérebros;
Definharam-se as guerras, mas tumultuaram-se os kamikazes e desfizeram ventres de mulheres grávidas e de homens pálidos de fome e que se escondem de homens a toda hora.
É como que um destino, ser-se desumanizado cotidianamente.
Sorveram-se beijos e abraços de paz,
mas ergueram-se sobrancelhas em frente à luminosidade da tecnologia, esconjurando as frases e preces;
e queimaram- se as roupas molhadas de suor na carne...
O credo, a nudez, todas as peles, consumiram-se na culpa que não tinham;
e no pedido de desculpas, veio a mídia, denotando as causas, ganhando audiência nas consequências;
e a noite ainda arde, ainda a manhã e a tarde.
O impulsivo das horas, caminha nas cidades cheias de dádivas, cobertas de receios, fatigada de ilusões;
perenes no corpo invadido pelos crimes e desigualdades sociais.
O amor ao próximo caminha armado na contradição.
Constroem-se poderes e curas, mas matam-se para a ganância incurável.