RUA DAS AGRURAS
N’aquela rua:
Rua das agruras
andavam descalços...
Rostos famintos
vômitos de mosquitos
e para os sem tetos
não tinham nada!
Nada era perto.
Esses...
Ajudados pelas moscas
Disputavam com os ventos
os conhecimentos do alfabeto
a misera roendo o teto
sempre perto
misturada aos restos.
Os cães ali...
Ladravam de compaixão,
choramingava a perca
e lambiscavam o bocado
que já se encontrava...
Suspenso, sob mão.
Enquanto as lagrimas
irrigavam a sequidão...
Olhares de desespero
perdia-se pelo chão
como se tivesse caçando
em meio à poeira
o ultimo grão de esperança.
Antonio Montes