RUA DAS AGRURAS

N’aquela rua:

Rua das agruras

andavam descalços...

Rostos famintos

vômitos de mosquitos

e para os sem tetos

não tinham nada!

Nada era perto.

Esses...

Ajudados pelas moscas

Disputavam com os ventos

os conhecimentos do alfabeto

a misera roendo o teto

sempre perto

misturada aos restos.

Os cães ali...

Ladravam de compaixão,

choramingava a perca

e lambiscavam o bocado

que já se encontrava...

Suspenso, sob mão.

Enquanto as lagrimas

irrigavam a sequidão...

Olhares de desespero

perdia-se pelo chão

como se tivesse caçando

em meio à poeira

o ultimo grão de esperança.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 20/11/2016
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