NATAL DE MINHA INFÂNCIA

O natal de minha infância era repleto de sonhos e magia!

Não havia "shopping Center e nem piscas coloridos como atualmente

Apenas o espírito natalino e no céu da minha Imaginação corriam as renas

Todas belas e imponentes brincando e saltitando na vasta Via Láctea !

Não havia brinquedos caros nem árvores repletas de bolas coloridas e piscas.

Mas havia árvores com cipós repletos de flores silvestres formando guirlandas

Animais que saltitavam alegres pelos prados verdejantes e nas árvores

O canto de pássaros numa doce sinfonia anunciavam um evento especial

O nascimento do Menino Jesus prestes a acontecer lá em Belém numa choupana.

Enquanto mamãe contava as mais belas estórias do bom velhinho.

Eu em meu mundo de criança mal podia esperar pelo grande dia.

O céu cravado de estrelas enfeitando a passagem de Papai Noel.

Parecia anunciar o grande evento e olhando o firmamento eu sonhava.

No calendário na parede olhava atentamente os dias passar lentamente

Imaginando por onde andaria o Papai Noel com sua carruagem!?

De que lado do horizonte viriam as renas todas enfeitadas?

De noite sentado na varanda ficava observando a Via Láctea mais colorida.

Quando finalmente chegava a véspera do tão esperado dia era uma festa.

Logo de manhã a mamãe recomendava ficar atento e obediente e alerta

E não se esquecesse, de a noite, antes de dormir, colocar o sapato na janela

Pois Papai Noel passaria de madrugada deixando ao menos uma bala ou um doce.

Não importava o que ia receber, queria mesmo era poder ver o bom velhinho.

Enquanto o grande dia não chegava passava horas admirando as imagens

Das páginas coloridas da Revista O CRUZEIRO que exibia lindas imagens natalinas

Árvores de Natal enfeitadas, Papai Noel com seu enorme saco de presentes.

Na manhã de Natal acordava e dentro do sapato na janela havia um presente

Geralmente um simples pacotinho de balas, um carrinho era motivo de gratidão.

Passava o dia a imaginar a passagem de Papai Noel e porque não ouvira nada

Com certeza a sua carruagem deslizava silenciosa e suas renas bem ornamentadas.

No meu mundo pairava um ar de festa, mesmo sem o aglomerado de pessoas

Sem as canções natalinas e nem o tilintar dos sinos que hoje se faz presente

O grande acontecimento eu podia sentir e na minha solidão de criança Imaginava

as crianças da cidade em festa eu buscava entre as nuvens o rastro da carruagem de papai Noel.