Monólogo
A vida é um bobo da corte as avessas de desenho animado. Coloca uma bigorna de uma tonelada em uma porta. Na qual passarei distraída, e muito provavelmente cairá em minha cabeça. E como em um desenho animado que se preze, eu sou esmagada, esticada, fico sanfonada: enquanto alguém ri. Mas sobrevivo. Ao menos até então... Quem é o rei? Onde está o rei (que é bom?), para controlar este bobo?! O bobo é o rei, e o rei é o bobo. O mistério da humanidade.
Um ser, um dia me disse a frase de um célebre poeta: "navegar é preciso, viver não é preciso". Escolhi outra alternativa, e agora estou quase impossibilitada das duas que me apresentaram. Viver era preciso, imaginei, creio que não captei a mensagem do poeta. Mania de brincar de senhora do meu destino e inverter a ordem das coisas. Rebeldia? Seria, eu, eternamente adolescente? Diga-me você, reflexo no espelho... Tente novamente, a razão diria... Pois bem.
Vou navegar, no meu mar de incertezas com céu cor de cinza.
Porém em águas furta-cor de minha alma
Que em meio a tempestade, em quebrar de ondas
O repuxo transforma a água em pirilampos
Iluminando o céu escuro...
Minha alma é cor
Cores inimagináveis, jamais vistas.
Que jamais serão vistas...
A vida, não as aceitou em sua corte.
Arco-íris se formou atrás da nuvem cinza, está não se dissipou...