A Dimensão Do Tempo
Quanto espaço que existe entre aquilo que sonhamos e o que
a vida nos dá?
Quanta coragem é preciso, para se perder o juízo em busca do
insano desejo?
Quanto tempo se espera para saber que quimeras fazem parte do passado e assim sem pedir licença, poder sonhar acordado?
Quantos palavras esperamos para sentir a afeto, ou será que
o silêncio abriga todos os versos, de um poeta enamorado a
escrever para a lua?
Quantos abraços perdidos à espera de outros braços para poder compartilhar a estrada, o amor, o cansaço...Sob a chuva da
esperança e bom caminhar descalço, enfrentar com altivez todos
tipos de percalços, até encontrar a razão para que a alma
compreenda, que não se faz harmonia com remendos do passado? Quanto tempo ainda temos, para ser desperdiçado, com quem
não vale a pena, para ser mal-empregado com quem se acomoda
no ontem?
Assim no pouco espaço, entre sonhos espaçados, por vezes criamos coragem, mudamos a paisagem, partimos em busca do novo.
Assim esquecemos a mentira, os amores imaturos, perdemos medo
do escuro porque descobrimos as estrelas.
Aprendemos com o silêncio a buscar novos caminhos, deixamos de
vez a mesmice, não é bom estar sozinho.
Nos banhamos de esperança na chuva das emoções, buscamos a serenidade para todos os contratempos, e assim, devagarinho nesta vida que se esvai, descobrimos que a bondade, nos traz a felicidade,
e que o maior dos amores é saber se amar de verdade.
Ana Stoppa