LAMENTOS NO PRESENTE, ECOS IMEDIATOS

LAMENTOS NO PRESENTE, ECOS IMEDIATOS

A eleição de Donald John Trump, primeiro presidente bilionário e não político do maior e mais influente império do mundo pós romano, tem ecos e repercussões para o imediato alcance dos nossos olhos… e ouvidos:

- Esquece-se, como num susto, a conquista heroica dos baluartes da independência americana liderados por George Washington e a consolidação de uma das mais sólidas constituições produzidas por homens como Thomas Jefferson e Benjamin Franklin, dedicados ao desenvolvimento e progresso de um povo que tem no estado a representação da sua individualidade.

- Despreza-se, como num expurgo, a gloriosa conquista da fronteira oeste americana a ferro, fogo, flechas e muitas vidas sacrificadas, onde raças de matizes branca, vermelha e negra se esforçavam em conviver pacificamente em prol dessa terra que prometia ser a redenção e o bem estar de um povo sofrido na carne mas renascido no espírito.

- Ignora-se, como num refugo, o conflito beligerante ocorrido em solo americano, que colocou compatriotas numa guerra fratricida sem precedentes pela causa negra, ocasionando perdas e sofrimentos irreparáveis, somente encerrada pela intervenção firme e vigorosa de um dos maiores e mais renomados políticos da história da humanidade: Abraham Lincoln, posteriormente assassinado de forma covarde pela perfídia humana.

- Repudia-se, como num insulto, todo o esforço humanístico em reparar injustiças e preconceitos de raça, gênero, religião, cor, sexualidade e outros, que resultam em intolerância, agressão, xenofobia e isolamento, tão frequentes no século vinte e que foram causas de verdadeiros crimes contra a humanidade, denunciados e combatidos por figuras de elevado espírito humano como Franklin Roosevelt, Hellen Keller, Martin Luther King, os irmão Kennedy e Barak Obama Junior.

- Reduz-se, como num entorpecer, a importância de valores herdados da revolução francesa de liberdade, igualdade e fraternidade na construção do ser humano, quando se rejeita os dois últimos em prol de interesses particulares e individuais.

Somos testemunhas históricas desse processo autoritário de mudança, no qual a violência, a intolerância e o preconceito são os principais timoneiros desse barco que abriga, cada vez mais, passageiros sedentos de barbarismo.

Marco Antônio Abreu Florentino