DO CÁRCERE À LIBERDADE

A perda.

A vida é um perde-e-ganha eterno! E às vezes perder uma pessoa pode causar danos profundos e irreparáveis.

Mãe…

Quando desceu à deprimente sepultura, eu não queria ir e deixá-la.

Queria ficar só pra ter a companhia.

Queria chorar eternamente.

E ainda quero.

Porque a ausência dói na minha carne.

Dói na minha alma.

Dói em tudo.

Porque era a única pessoa do mundo que me entendia no olhar.

Era a única que sabia o que fazer se minha vida mudasse de rumo.

E foi capaz de me deixar com essa dor que chega a ser insuportável.

Sim. Egoísmo.

Perdi.

O ganho.

Foram três longos anos, rodeada de pessoas e só.

A solidão é devastadora, cruel, sádica.

E no meio de tantos encontros e desencontros…

Num inocente bate-papo, lá estava a chave.

Encontrei alguém que pode o mesmo que só a mãe poderia.

A única pessoa agora que pode me ver tão transparente como ela via.

Alguém no mundo capaz de expressar os meus sentimentos.

Nem eu consigo com tanta maestria.

Só você.

E não há nada melhor no mundo físico do que descobrir isso.

Porque passei três anos e cinco meses achando que estava só, que ninguém mais tocaria minha alma.

Que ninguém mais me sentiria.

E a partir de hoje, tudo mudou. Eu tenho você num sentido novo.

É como se eu tivesse descoberto um baú sobre mim, há muito tempo guardado e você simplesmente, chegasse com a chave.

Eu fiquei bloqueada pelo que parece, um bom tempo, até pra mim mesma.

E você? Quebrou meu muro! Rompeu meu lacre! Abriu meu pesado cadeado.

Ah! Agora posso ver as cores do mundo!

Ele é tão lindo!

O vazio se foi…

Adeus, solidão!

Agora sou livre.

Sinto o cheiro suave da liberdade.

Lígia Oliveira
Enviado por Lígia Oliveira em 12/11/2016
Código do texto: T5821074
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