Tatu bola

Tatu Bola

Melhor que permacesse onde estava. Mais que cheiro de pitanga e o regar do paladar dos beijos macios dela foi a rotina do além da luz e da sombra que a então mulher amante revelou a si nos dias.

É mulher peregrina, contenta-se com o próprio vulto. Se basta , vive na intensidade que elegeu como meio. Na medida que se doa, recolhe-se como tatu ao casco.

Quando na superfície, atua esquecida do que dependeu, prefere pela via da descontinuidade ao caminho da espera das princesas, afeto partilhado sempre pega alguém de supetão. DANGER!!

Gosta, faz uso das artimanhas do encanto no amar, como artesã no oficio há décadas. A obra de arte que fabrica no coração daquele que se habilitou, para ela é apetrecho fabricado como que tecido infinitas vezes na eternidade.

Fica, sim, não sai da relação, todos os dias atua com afinco no exigido tecer do periciado trabalho a dois, mas é autossuficiente no que precisa para seguir, acostumou estar em meio aos seus entulhos, deixando até mesmo de polir os troféus dos seus sucessos.

Após satisfazer-se das permutas amorosas, regurgita coisa que qualquer solitário por opção convive, o estar vencido no calar das expectativas quanto ao "de bom" que a humanidade poderá construir. Esse mundo desordenado de ações sem o cabresto que organizaria toda bagunça é o que mais a legitima ser assim.

Esta comida leva provocar torpor na alma, o suficiente a levá -la sempre para o casco. Sente ali como no útero da mãe. Vai entender!!

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 10/11/2016
Código do texto: T5819682
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