São Paulo
São Paulo
A cana moída
A garapa da vida,
Doce, sofrida,
A saudade contida.
Cada canto
Um casarão
Na miscigenação de raças
O tempo parou no espaço
A lembrança dos seus ancestrais
A gastronomia se faz presente.
A memória gustativa
A universalidade das línguas.
Refugiados de guerra,
Escravos do tear latino
A subjugação perversa
Pelo alimento e guarida.
A selva
De oxigênio negro,
A corrida.
Uma vitrine de iguarias
Para poucos a comida.
O contraditório:
Sirvo o melhor
Sem dele poder
Ser servido!
Com tal sofreguidão,
Os dedos mordidos,
A saliva seca engolida.
Nostalgia do meu território
De fronteiras definidas!
São Paulo, 20/09/16 -Atalir Ávila