LIVRO A QUATRO MÃOS
Todavia,
se mesmo assim deseja me ler,
encontre-me no diálogo dos olhos,
ou nos interstícios dos monólogos.
No silêncio das aspas que se abraçam
em tranças com frases cadenciadas.
Sinta o meu cheiro nos colchetes,
nas algemas que nos restringem
às argolas enferrujadas do anelar.
Siga as reticências como rastro,
e sacie a sede com o suor da fuga.
Imagine como seria o ocaso,
tomara Deus que tudo isso passe.
No livro a quatro mãos que forjamos,
sou apenas ponto final iniciando a alínea.
Nada mais do que um descaso.