LIVRO A QUATRO MÃOS

Todavia,

se mesmo assim deseja me ler,

encontre-me no diálogo dos olhos,

ou nos interstícios dos monólogos.

No silêncio das aspas que se abraçam

em tranças com frases cadenciadas.

Sinta o meu cheiro nos colchetes,

nas algemas que nos restringem

às argolas enferrujadas do anelar.

Siga as reticências como rastro,

e sacie a sede com o suor da fuga.

Imagine como seria o ocaso,

tomara Deus que tudo isso passe.

No livro a quatro mãos que forjamos,

sou apenas ponto final iniciando a alínea.

Nada mais do que um descaso.

Railda
Enviado por Railda em 10/11/2016
Reeditado em 11/11/2016
Código do texto: T5819389
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