Meu eterno purgatório
Não entendo o porquê da insistência em procurar um êxodo para meu purgatório.
Esta vida sempre esteve disforme e totalmente deteriorada no manto do destino.
Soluções abstratas, esperanças vazias...
Nunca houve nada verdadeiro.
Ilusão e glória passageiras.
Eles tinham razão em me alertar que a ruína de um sonhador era muito maior e mais devastadora que as demais.
Meu âmago agora torna-se uma mescla de ansiedade e angústia constantes.
O presente que escoa pelo ralo e desaparece...
O passado que ressurge em memórias dilacerantes...
O futuro de uma vida que sonhei, e nunca se realizará...
Talvez eu esteja vivendo no milênio errado.
Esta modernidade me corrompe.
Nos fazem querer ser alguém que nunca seríamos se, de fato, nada disso existisse.
E o que seria dos poetas antigos neste século apodrecido?
É preferível morrer de tuberculose romântica.
Mais uma história de amor e não correspondida.